terça-feira, agosto 01, 2006

Assim, meio de lado

Passei uns dias amarrado aqui no trapiche Norte do Veleiros, mas certo que meu dia iria chegar. Sei que ainda não seria nada de mais, mas eu estava ansioso para dar uma velejada de verdade, com vento mais forte e com os tripulantes tentando descobrir os limites - meu e deles.

Eu e o Talismã II, um Fast 23, barco legal

Lá pela uma da tarde de domingo o Tarcísio pareceu por aqui. Fui levado para o trapiche Sul, a motor, e colocaram uns litros de combustível no meu tanque. Estava frio e a gasolina geladinha escorrendo tanque adentro, me trouxe uma gostosa sensação de que daqui a pouco estaria navegando. A passagem entre um trapiche e outro deu para ver que o mar estava cheio de “carneirinhos”. Soprava um vento Sul firme que imaginei estar por perto dos 20 nós. Mais ou menos uma hora depois apareceram o Fabrício e o PC. Pelo que deu para entender, o PC não vai correr a regata Bombinhas. Mas eu tenho dito e mostrado constantemente – não sei como não me ouvem – que preciso de mais gente a bordo para que eu ande como eles querem. Saí do cais com o motor desligado, com a vela mestra risada e sem genoa. A justificativa era para que eles sentissem as condições de vento quando ficassem livres da proteção formada pela continuação do trapiche Sul. Mas ai parou tudo. De repente, quase nada de vento. Mais uma vez eu me arrastava, só que agora com o agravante do pouco pano para me impulsionar. Tiraram o riso, envergaram a genoa 1 e a coisa melhorou um pouco, só que ainda faltava o principal, que era o vento. E ele voltou. De sul, com uns 8 nós e rajadas que iam a 12. Legal, mas eu esperava mais. Como de costume, eu ia passando de mão em mão.


O melhor momento foi pouco antes da Ilha do Largo. Todos regulando, regulando, descobrindo, testando, caçando, soltando e o rumo mantido bem orçado em direção à Ilha – já soprava sudeste. Eu adernava, colocava água na borda e mantinha uma velocidade que aumentava constantemente em resposta as mudanças de mareação das velas. Na foto aqui em cima eu estou adernado a mais de 29º. Uma delícia, mas faltava pelo menos mais um tripulante no contra bordo, para que eu andasse mais solto e em pé. Ainda sinto que meus brandais estão frouxos e acho que foi acertada a decisão de não subirem o balão na volta para o Clube. Sei lá, podia dar um tranco e provocar mais um susto, logo agora que eu quero me acertar com o Tarcísio. Não, melhor assim. A chegada foi emocionante. Já bem perto do cais de cimento, velejando num través, cheguei bem perto dos 7 nós. Só que não tinha mais espaço para correr, e eles entraram nas docas. Legal, mais uma vez fui atracado sem motor, só que desta vez com vento de popa. Estão ficando abusados. Agora, não sei. Estou de novo aqui no trapiche sul e com a promessa de acertarem meus brandais. To só esperando. Não tô a fim de ir para a regata com estes trecos frouxos e desregulados. Mecham-se.